Indicadores Financeiros: o que são e como utilizá-los na gestão da sua empresa
- heldervieira9
- 1 de dez.
- 3 min de leitura
Num ambiente empresarial cada vez mais competitivo, gerir uma empresa sem indicadores financeiros é como conduzir um carro sem painel de controlo: pode parecer que tudo está a funcionar, mas há sinais importantes que passam despercebidos… até ser tarde demais. Por isso, compreender e acompanhar estes indicadores é essencial para qualquer empresário que queira tomar decisões mais acertadas e garantir a sustentabilidade do seu negócio.

Por que razão os indicadores financeiros são tão importantes?
Os indicadores financeiros funcionam como um diagnóstico contínuo da empresa.
Tal como uma revisão automóvel mostra o que está bem e o que precisa de atenção, estes indicadores revelam tendências e alertas que nem sempre são visíveis numa leitura superficial das demonstrações financeiras.
É comum uma empresa apresentar resultados positivos no papel, mas estar a criar problemas futuros, seja por custos crescentes, vendas instáveis ou má gestão de tesouraria.
Os indicadores permitem antecipar essas situações, perceber se o negócio está a crescer, estagnar ou recuar, e sobretudo tomar decisões com base em dados reais e não em perceções.
Independentemente do seu tamanho, uma empresa que acompanha os seus indicadores gere melhor, reage mais rápido e reduz riscos.
EBITDA: o que revela realmente sobre o negócio?
O EBITDA (Resultados antes de Juros, Impostos, Depreciações e Amortizações) é um dos indicadores mais falados, e com razão. Apesar do nome complexo, é simples na prática: mostra quanto a empresa gera apenas com a sua atividade principal, antes de considerar elementos externos como impostos ou custos financeiros.
É, por assim dizer, uma fotografia da rentabilidade operacional do negócio. Este indicador ajuda a identificar situações em que a empresa aparenta ter lucro contabilístico, mas está a perder dinheiro no funcionamento diário. Além disso, permite comparar desempenhos entre períodos e entre empresas do mesmo setor.
Em síntese: o EBITDA responde à pergunta essencial — a atividade principal da empresa é realmente rentável?
Margem de Lucro: um dos indicadores mais diretos
A margem de lucro indica quanto a empresa ganha efetivamente por cada 100 escudos de vendas. É simples, mas poderoso.
Uma empresa pode faturar muito e, ainda assim, ganhar pouco. Margens reduzidas podem significar aumento de custos, preços desatualizados ou ineficiências no processo. Quando a margem começa a cair, é sinal de alerta. Quando sobe, revela maior saúde financeira, melhor controlo de gastos ou maior valorização do produto ou serviço.
Num mercado pequeno como o cabo-verdiano, operar com margens muito baixas torna a empresa mais vulnerável e dificulta o crescimento sustentável.
ROI: a bússola para decisões de investimento
O ROI (Return on Investment – Retorno sobre o Investimento) ajuda a responder a duas perguntas fundamentais antes de qualquer investimento:
O dinheiro voltou?
E em quanto tempo voltou?
Seja na compra de equipamento, abertura de uma nova loja ou investimento em marketing, o ROI evita decisões impulsivas e permite calcular o impacto real de cada escolha.
Por exemplo, se uma empresa investe 50 mil escudos numa campanha de marketing que não traz clientes, o ROI ajudará a identificar rapidamente o erro e impedir que esse investimento se repita. É um instrumento indispensável para minimizar riscos e orientar decisões baseadas em resultados.
Conclusão
Os indicadores financeiros não são apenas números:são ferramentas de navegação para qualquer empresa que queira crescer, melhorar a sua eficiência e antecipar problemas. EBITDA, margem de lucro e ROI são três dos indicadores mais relevantes e, quando acompanhados regularmente, permitem ao empresário gerir com clareza, rigor e confiança.
Num contexto económico dinâmico como o de Cabo Verde, dominar estes indicadores pode ser a diferença entre um negócio que apenas sobrevive e um negócio que realmente prospera.
Este tema foi abordado em detalhe no mais recente episódio do podcast “Economia Descomplicada”.
Ouça o episódio completo aqui:









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